Na mitologia grega, Zeus é o Senhor dos Céus e Deus Supremo. Conhecido como o “rei do trovão”, tinha o poder de provocar a chuva, lançar raios e relâmpagos e, sobretudo, mantinha a ordem e a justiça no mundo. Ele era o rei de todos os outros deuses.
Mas não é desse Zeus que vamos falar hoje. A história de hoje tem a ver com outro reino… o reino animal. Nosso personagem também se chama Zeus, mas trata-se de um lindo Boxer branco, de 9 anos de idade, de Ribeirão Preto- SP.
Além do nome, o nosso Zeus tem outras características em comum com o rei do Olimpo. Ele é imponente e tem um corpo forte. Além disso, ele é, também, o grande líder da matilha
Há cerca de 3 anos, Zeus, o cão, contraiu cinomose. A cinomose é uma doença grave causada pelo vírus da família Paramyxovirus e muitas vezes pode ser fatal (leia mais aqui).
O animal contaminado pela cinomose normalmente apresenta febre, indisposição, vômitos, diarreia, secreção nasal e ocular, dificuldades respiratórias e progride para problemas neurológicos.
Quando isso ocorre, ou seja, quando a infecção viral afeta o sistema nervoso, o cachorro começa a apresentar mioclonia e pode desenvolver paralisia, até chegar numa paralisia total, podendo levar a óbito ou à necessidade de se sacrificar o animal.
Diante do sofrimento, sacrificar Zeus foi uma hipótese cogitada
Nesse período de três anos, Zeus enfrentou vários desses sintomas e teve tetraplegia, afetando, inclusive, sua capacidade mastigatória e de deglutição. A tutora de Zeus tentou vários tratamentos diferentes ao longo de 3 anos sem sucesso.
Diante de tanto sofrimento, foi cogitada, inclusive, a hipótese de sacrificar Zeus, até porque ele é um animal grande, pesado e temperamental e a rotina de cuidados estava bastante dificultada. Mas, como suas funções cognitivas permaneciam íntegras, ela decidiu insistir no tratamento e optou por uma alternativa que ainda não tinha tentando: a homeopatia veterinária.
Desde os primeiros momentos do tratamento, foi possível observar que, apesar de todo seu quadro de saúde, Zeus se mantinha como líder da matilha na casa, e também mantinha características comportamentais bem evidentes: continuava muito bravo e não gostava de ser tocado
Para o nosso cão herói foram prescritos dois medicamentos homeopáticos. Um dos remédios voltado para essas características comportamentais que Zeus apresentava e um outro remédio mais indicado para tratar a paralisia de origem viral.
Melhora significativa: Zeus volta a andar
Depois de 30 dias de tratamento, Zeus já apresentou melhora significativa. Ele já conseguia manter a sustentação da cabeça (porque ele ficava apenas deitado, inicialmente); já conseguia beber água sozinho e também comer alguns alimentos um pouco mais sólidos, uma vez que ao longo dos anos em que conviveu com a doença, sua alimentação teve que ser pastosa, por causa da dificuldade de mastigação e deglutição.
Esses primeiros resultados positivos já representaram um ganho grande na rotina do dia-a-dia da tutora e na dinâmica da rotina da família. Zeus estava reconquistando algumas autonomias perdidas e parecia se fortalecer um pouco a cada dia. Foi mantida, então, a prescrição feita e foi marcado retorno para dali 40 dias.
No segundo retorno, ou seja, 70 dias após o início do tratamento, Zeus, então, passou por consulta novamente. Nesse ponto, ele já havia reconquistado o movimento de todo o corpo. Já conseguia ficar em pé, sentar e conseguia, inclusive, fazer caminhadas em trechos curtos, ou seja, já estava readquirindo o movimento dos membros anteriores e também dos posteriores (como é possível ver no vídeo que ilustra esse artigo).
Zeus ainda apresentava uma fraqueza muscular, em virtude do longo período que permaneceu com paralisia, mas, obviamente, a melhora que ele apresentou pouco mais de dois meses após o início do tratamento foi além das expectativas.
Hoje em dia, Zeus tem autonomia para se alimentar, tomar sol, urinar, disposição para se relacionar…enfim, todas as necessidades básicas ele conseguiu reconquistar.
Um caso atípico, mas alentador
A história de Zeus, sem dúvida, é um alento para todos os tutores de cães que procuram recursos para amenizar as sequelas dessa doença tão grave que é a cinomose.
Esta doença tem alto índice de mortalidade (50-90%) e entre os sobreviventes, 90% apresentam sequelas neurológicas importantes. Embora o caso de Zeus seja atípico, afinal não é sempre que se vê uma melhora tão significativa, porque os danos neurológicos causados pela cinomose são muitas vezes irreversíveis, é muito ilustrativo do quanto a homeopatia tem capacidade de garantir melhor qualidade de vida ao animal, ainda que não se alcance a cura total diante da doença.
Essa grande conquista de Zeus ocorreu devido a uma somatória do medicamento homeopático devidamente aplicado à vitalidade que o animal apresentava, ou seja, bastava o estímulo correto (no caso foram os dois medicamentos prescritos), que o organismo de Zeus conseguiria se reorganizar, conseguiria se equilibrar e arrumar o que estava desestruturado.