A agricultura orgânica é um processo produtivo que assegura o fornecimento de alimentos orgânicos saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade. Sua produção não utiliza agrotóxicos, preserva a qualidade da água usada na irrigação e não polui o solo nem o lençol freático com substâncias químicas tóxicas. Por utilizar sistema de manejo mínimo do solo assegura sua estrutura e fertilidade, evitando erosões e degradação, contribuindo para promover e restaurar a biodiversidade local. Por esse conjunto de fatores, a agricultura orgânica viabiliza a sustentabilidade da agricultura familiar e amplia a capacidade dos ecossistemas locais em prestar serviços ambientais a toda a comunidade do entorno (fonte: aao.org.br).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2017 eram 17.075 registros de entidades produtoras de orgânicos no país, das quais cerca de 70% dos produtores são de agricultura familiar. Um crescimento importante se comparado com os dados de 2013, quando eram apenas 6.700 registros. O último censo do setor, de 2006, mostra ainda que a agricultura familiar participava com 30% do valor bruto da produção agrícola e agropecuária no Brasil, o que representava em torno de R$ 12 bilhões, segundo dados do ministério (fonte: agenciabrasil.ebc.com.br).
Para se obter produtos orgânicos, deve-se considerar práticas comprometidas com a sustentabilidade local que implicam em adubação verde e adubação orgânica com uso de compostagem da matéria orgânica, humus e esterco de animais; manejo mínimo e adequado do solo para assegurar sua estrutura, fertilidade e porosidade; uso racional da água e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Sem agrotóxico, com saúde
Em geral, a agricultura orgânica é uma expressão frequentemente usada para designar sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente, tais como alguns tipos variados de fertilizantes e agrotóxicos sintéticos, nem de organismos geneticamente modificados.
Quem adere a essa filosofia trabalha num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes químicos sintéticos e agrotóxicos não-orgânicos, para produzir alimentos com qualidade superior à de alimentos convencionais. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, anualmente, de três a cinco milhões de pessoas são contaminadas por agrotóxicos em todo o mundo. Por isso, a busca por alimentos saudáveis, livre de pesticidas e fertilizantes químicos, tem crescido a cada ano no Brasil e no mundo.
Diversos países, incluindo os Estados Unidos (NOP – National Organic Program), o Japão (JAS – Japan Agricultural Standard), a Suíça (BioSuisse), União Europeia (CEE 2092/91), a Austrália (AOS – Australian Organic Standard / ACO – Australia Certified Organic) e o Brasil (ProOrgânico – Programa de Desenvolvimento da Agricultura), já adotaram programas padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade.
Do lixo tudo se aproveita e se transforma
Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Esta frase atribuída ao químico francês Antoine Lavoisier pode ser inspiradora para os adeptos ao estilo de vida orgânico, seja produzindo alimentos em casa, pequenas ou grandes hortas ou mesmo em jardins. Afinal, quasae todo lixo que produzimos diariamente pode se transformar em “alimento” para as plantas.
O fertilizante orgânico ou composto orgânico é feito de materiais naturais com o propósito de fertilizar e enriquecer a terra. Portanto, o que descartamos na cozinha, por exemplo, pode representar riqueza em termos de nutrientes depois de passar por um processo que se chama compostagem. Nem todo lixo orgânico servirá como adubo, mas a maioria poderá ser aproveitada, não se preocupe. Casca de ovo, dejetos de animais, sobras de frutas, legumes, verduras; filtros e pó de café usados e saquinhos de chás; restos do jardim: galhos, palha, grama, flores e cascas de árvores por exemplo, podem ser utilizados como adubo orgânico.
Alimentos cozidos e alimentos de origem animal, como carne, peixe, gordura e queijo, pois podem atrair animais; plantas doentes; material não-orgânico como vidro, metais, plásticos, couro, borracha e tecidos; produtos químicos; cinzas de cigarro, por exemplo, não podem.
Que tal fazer uma compostagem caseira?
Você vai precisar de:
– 1 pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde vazios;
– 1 bacia rasa;
– Matéria seca: papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e/ou palha de milho;
– Material úmido: resto de leite, filtro de café usado, borra de café, cascas de frutas, sobras de verduras e legumes;
– Luvas
1º Passo
Pegue o pote ou a lata e perfure o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.
2º Passo
Coloque a bacia rasa embaixo do recipiente em que ficará o material orgânico, é ela que vai “recolher” o chorume. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use pedaços de tijolo ou algo que sirva de calço, para colocar a lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia.
Observação: a compostagem até pode ser feita em contato direto com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado, para que o chorume não acumule em um local só.
3º Passo
A compostagem caseira não significa que o lixo pode ser jogado de qualquer jeito. É necessário colocar de forma adequada os resíduos orgânicos, formando camadas. Coloque um por um os materiais.
O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio (material úmido – o lixo em si) e carbono (material seco – papelão, folhas secas, aparas de grama, etc). Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. Se a relação for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo.
4º Passo
Depois dos passos anteriores, é necessário esperar alguns dias para que as ações aconteçam. A primeira fase é a decomposição, que dura em média 15 dias na compostagem doméstica. Durante esse tempo não é necessário mexer. Depois desses 15 dias é que essas “mexidas” podem ser feitas. Com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar – para uma outra lata, por exemplo.
O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E, quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.
Produtos para horta orgânica
Vale lembrar que os produtos Agro e Horta & Jardim da Homeopatia Brasil têm o certificado do IBD, sendo permitido seu uso na agricultura orgânica.